domingo, 15 de novembro de 2009

A guriazinha - Parte 2

No jardim da escola local uma garotinha não foi sentar-se sob as árvores. Na varanda de uma casa qualquer faltava alguém, uma menininha que costumava contemplar o céu, sentir o vento e sonhar junto as estrelas.

Passaram-se vários dias e o cinza do mundo teimava em permanecer. Durante todo esse tempo o coração de uma jovem pereceu, e sua alma dormiu.

Não havia motivo -, pelo menos nenhum que pode-se ser visto ou tocado. É que as dores que realmente sangram, que realmente doem, jamais poderão ser vistas a olho nu, essas dores só podem ser sentidas.

A garotinha não sabia explicar, ela não encontrava palavras. Nada no mundo poderia medir ou traduzir sua dor. Ela simplesmente parou de viver, seu corpo respirava, seus lábios ainda sorriam, não por alegria, era simplesmente por obrigação. Afinal, quem sofre não quer compartilhar, ou talvez não consiga. Não ache justo.
A dor da menininha lhe veio quando as verdades do mundo bateram em sua porta, chegou exatamente no dia em que ela se viu crescer. Naquele momento sua alma sentiu que nada mais seria igual, tudo estava mudando, porem nunca disseram a menininha que tudo muda, nunca a disseram que pessoas vem e vão. É que a vida é feita de ciclos, de etapas, e a menininha acabara de concluir mais uma delas.


Após muitas semanas de um cinza sufocante o sol novamente apareceu iluminando todo o mundo. Iluminou os jardins, as varandas, mas não iluminou o coração da menininha.


Agora ela estava doente, não saia da cama, não ia mais á escola nem ao menos sorria. Nem mesmo por obrigação.
A menininha não acreditava mais em anjos. Mas eles continuavam a existir! E certa manhã, um deles foi visita-la.


Continua...

desenho: Arlan de Souza.

4 comentários:

  1. Cadê o resto da história?rs Queria continuar lendo. Gostei do seu jeito de escrever, pode ter futuro nisso, é só aprimorar.
    Abraço

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  2. Obrigado Mariana, acredite, seu elogio me incentiva. Até o fim da semana eu posto a terceira parte.Forte abraço.

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