segunda-feira, 22 de abril de 2013

Percepções.

Uma das coisas que mais admiro em mim mesmo são os meus conflitos pessoais. Algo como ter a minha direita um anjo e na esquerda um diabinho. Ambos me aconselhando ou pré julgado minhas escolhas.
Hoje, certamente o diabinho bateu em retirada ao ver cair por terra o argumento errôneo sobre eu não ter princípios ou não considera-los a cada escolha feita.
Peço perdão pela falta  de modéstia, mas é uma vitória pessoal. Acho fantástico o fato de promover em mim mesmo uma dialética, um confronto de ideias e argumentos, por vezes tão opostos.
Eu ri de mim, é isso. Sorri de contentamento por tomar a decisão certa (ao meu ver) e ver que mesmo que tal decisão traga solidão, é uma solidão acompanhada. Espero que tenha sentido no que acabei de escrever.
Quando digo solidão acompanhada, me refiro ao fato de me abster de uma presença humana parcial, boa sim, mas nada alem disso. E ao invés de tal cia, eu prefiro viver intensamente, ainda que seja intensamente sozinho e acompanhado tão somente por meus valores e meu desejo de que sentimentos maiores e mais consistentes virão.
Sentimentos evoluem, eu sei! Mas alguns eu prefiro que sequem antes. Antes que venha a perda de tempo, de palavras e de oportunidades.

Eu posso está sendo egoísta e prepotente, mas estou sendo intuitivo também, e continuo seguindo minhas percepções. E como bem sabemos este é um caminho cheio de bifurcações e atalhos, sendo assim só me resta torcer para que eu tenha feito a escolha certa.

Boa noite!


quinta-feira, 18 de abril de 2013

Cadê o extraordinário?





Cadê as chaves? E a portinha minuscula, onde fica?
Onde está Alice e seu coelho apressado? Lewis Carrol seu maldito, venha já aqui!
Eu havia inicialmente pensado em fogos de artificio, em trilha sonora ao fundo e talvez com o chão se desfazendo sob os meus pés, mas não! Nada disso aconteceu. Foi tudo naturalmente normal e bom, mas normal. Arh!
Tudo tem sido normal!
Porra eu sei que o céu não vai cair sobre nossas cabeças e também sei que bruxas não vão cruzar o céu da paulista em uma tarde qualquer de segunda feira. Mas sei lá, tudo está tão humanamente humano.
Isso me faz lembrar de "O jardim Secreto" quando o menino Colin diz que a magia está em nós e por toda parte e que ela se manifesta a toda instante e nós é que não vemos ou não sabemos encherga-la direito.
É nas pequenas coisas então, é isso? É nas pequenas coisas que podemos encontrar magia?  Ou é no fim do arco iris? Ah meu deus, me desculpe! No fim do arco iris tem um pote de ouro seu bobo, lembra? Duendes e tudo o mais?
Não, eu já não me recordo de mais nada.


Uma bexiga gigante e cheia d'água explode e eu posso saltitar de uma bolha a outra em velocidade extraordinária e sem me molhar. Até que consigo impulso suficiente e me lanço sozinho no espaço vazio. Me jogo na vácuo e flutuo.
Eu desenho um blazer azul e me visto, desenho também um guarda chuva e me agarro a ele, descemos em linha reta e aterrissamos no mar de cor alaranjada, ando tranquilamente sobre as águas e na margem um pouco mais a frente eu encontro um elefante falante e tagarela que estende sua tromba e me ajuda a chegar em terra firme.
-Olá moço bonito de além mar, Eu sou Eduardo, e vou lhe ajudar! Venha, vamos andar, tenho muito que lhe mostrar. Corra, venha logo, não posso esperar, o almoço vai esfriar, corra menino bonito de além mar, vamos lá!

Eduardo Eduardo, tagarela que não para de falar.
Eduardo o elefante falante de terra firme e de depois do mar.

Tibum!
Foi-se Eduardo, secou o mar e o menino d' água agora é de terra.
Olha lá, ele corre com o vento e como o vento.
Eduardo, levado! Eduardo, bobinho!
Eduardo é só um menino desfrutando das maravilhas que é imaginar.
Deixem ele sonhar, a vida é tão curta pra nos perdemos apenas na fria realidade.
Ele vai aprender cedo ou tarde a mesclar a vida com sonhos e realidade, mas está noite ele só quer sonhar.

Não é frustração, ou talvez seja. O fato é que eu esperava um pouco mais e me sinto impotente ao me dar conta de que o extraordinário nem sempre vai depender de mim, ou só de mim.
O extraordinário não é somente um céu cheio de estrelas em uma ilha em uma plena noite de verão. O extraordinário é talvez algo mais simples do que possamos pensar, e tenho tido esta convicção mais e mais nos últimos dias. O problema é que ainda não sei como e de que forma tornar o que faço e o que vivo em algo extraordinário aos meus olhos.
Mágico!