segunda-feira, 7 de julho de 2014

Delírios derivados da Insônia


(google)

O convidados continua, e  hoje quem veio dar o ar da graça foi a Thais, uma amiga mais recente.
Escritora, mãe, supervisora comercial, espontânea, doidona e sempre alegre. A Thais pelo que sei, já até escreveu um livro, o que não me surpreende, porque ela escreve pra caralho. Os textos da Thais tem a sutileza de sintetizar e traduzir muitos dos sentimentos comuns a todos nós. Ela quase sempre fala da vida, do modo de vida, do amor. A Thais é daquelas pessoas espontâneas, pra frente, guerreira!

Com vocês, Thais Velloso Marangoni.
                                                 


Então é isso. Você sabe que vai passar noventa anos habitando esse tempo-espaço, com alguma sorte terá saúde e histórias para contar. Receberá um lápis, uma borracha e inúmeros blocos de nota para preencher com dias calmos, ora turbulentos, ora tudo misturado…e sem dúvidas, é o melhor que você poderia ter.
Não terá o direito de reclamar, afinal, você é um espermatozoide que vingou, é um vencedor e também por isso deve procurar fazer por onde honrar esse compromisso. Fazer a diferença nesse mundão-de-meu-deus. Deixar sua marca. Herdeiros, quem sabe. Mas produzir algo. Ser alguém que valeu a pena conhecer.

E você ganha dois aliados, chamados carinhosamente de pai e mãe. Claro, tem toda aquela gente em volta que é a família, mas de verdade, com quem você poderá contar pelo menos nos primeiros trinta e cinco anos, são esses dois.
E tudo o que você tem é o vazio de ser livre. Estar livre. Poder escolher… para onde vai, com quem vai, se vai! Ou fica. Esse é o maior dos dilemas de um espermatozoide que vingou: ele chega aqui, e tem tantas possibilidades que se perde, se assusta, não sabe o que fazer com tanta liberdade.

Seria hipocrisia dizer que a liberdade é algo ruim, porque não é. Mas que ela intriga, ah, isso sim. Inúmeros caminhos, escolhas, que muitas vezes excluem outras…ah! Que bom seria experimentar todas as faces para só depois escolher uma. Como aquela opção ao preencher um cadastro, você visualiza antes, modifica aqui e ali e pronto: o final fica perfeito.

Mas a vida não é simples assim. Ela não permite visualizações. A vida é um eterno rasgar-se e emendar-se, algum sábio disse, e eu digo mais, a vida não permite ensaios, meu bem! É tentativa e erro, é prova diária, a vida é para provar! Saborear bons e maus momentos, deixar entrar pessoas, aprender com elas, depois soltá-las…Deixar que elas saiam como entraram, com sua liberdade, mas jamais sem que levem um pouquinho de você.

Como o pólen que as abelhas cuidadosamente espalham pelos campos, assim são as pessoas na vida umas das outras. E aí você me diz que não, que precisa delas, tem aquela coisa toda do apego, que não dá para ser feliz sozinho e eu respondo calmamente com um sorriso! Meu bem, você saiu sozinho da barriga da sua mãe, chorou um pouco, é verdade, mas sobreviveu. E exigir do outro uma dedicação incondicional, é pedir para sofrer. Ninguém vai se preocupar se você está carente, simplesmente porque vai estar ocupado com sua própria carência!

Eis o mal do século XXI: a solidão! Algo que deveria estar extinto, uma vez que vivemos em um mundo onde a tecnologia é tão avançada que isso chega a ser incoerente, ao invés de aproximar as pessoas, ela as afasta cada vez mais. A solidão está aí, forte, presente, e com ela vem o medo e a carência e sem dúvidas, escolhas das quais você certamente se arrependerá.


Um comentário:

  1. Gostei do final, o mal do século XXI, a solidão, que é imposta por tudo que nos cerca, mídia, consumismo, e principalmente o individualismo.

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