quinta-feira, 31 de julho de 2014

Quando o amor vira ternura



                                                                     (imagem google)

A casa fica mais bonita quando recebemos visitas. As vozes aqui proferidas foram muitas, foram diversas. Cada um de nós tem algo a dizer, cada pequena pessoa desse mundo redondo, louco e doido tem um ponto de vista. Não briguemos! O diálogo é tão mais bonito e vantajoso.
Para que guerras? quando podemos fazer um sarau de poesia e pontos de vista.
Foi lindo minha gente, as páginas deste blog estão muito mais ricas desde então, e esse camaleão que vos escreve é felicidade pura por receber em sua casa os amigos. Obrigado leitores, amigos, blogueiros e afins, o que fizemos aqui ao longo deste mês foi muito mais que uma comemoração por uma data especial, foi a celebração da palavra escrita e dita. Foi uma contribuição singela, sim, mas cheia de  verdade e carinho para a literatura e para os apreciadores da rima, do verso e da prosa.
Sintam-se todos abraçados e agradecidos.
E para fechar as comemorações eu trago ele, o que começou a festa.
Pedro, o parceiro mais que primeiro do Camaleão. Apreciem.

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Um casal de jovens chamado Claudio e Roberta de aproximadamente dezesseis anos, sempre muito amigos, compartilhavam entre si todos os seus planos, seus medos, anseios e também todas suas particularidades amorosas, sem nenhuma restrição, vergonha ou preocupação do que um iria achar do outro.   Muitos achavam que os dois tinham um caso, mas os mesmos não ligavam sobre os pensamentos que os outros tinham por eles, acreditavam que as pessoas tinham inveja de sua amizade forte e verdadeira. Essa amizade que era assim, desde os tempos de criança, mas, o que eles não sabiam que o destino começaria a liga-los de uma outra forma, uma ligação mais profunda.  Roberta foi quem começou a olhar Claudio com outros olhos, ao passar o tempo, os dois saíram da adolescência e logo amadureceram. Não só os seus corpos, mas sim suas mentes. Roberta não tinha mais aquele sentimento de amiga por Claudio, começava a se manifestar dentro daquele corpo feminino, formado por dotes esculturais de belos seios, coxas torneadas, curvas bem acentuadas e definidas cobertas por uma pele morena de cor de cravo e cheiro de maça e canela um sentimento traiçoeiro até então naquele presente momento. Sim, meus caros, a deusa Afrodite tocou aquele coração puro e ingênuo que revelou toda magia o poder da sedução e os segredos do mais nobres do sentimento, o amor.  
Mas Roberta nunca manifestou-se em dizer isso a Claudio, pois além de ter receio sobre o que ele iria pensar ela era sua confidente, ela sabia de como era Claudio pois sabia dos seus relacionamentos, como iniciavam e já previa como os mesmos terminariam.   Roberta conhecia Claudio mais do que ele conhecia a si próprio.  Um belo dia, Claudio contando como terminou mais um de seus breves relacionamentos, não esperava a atitude de sua amiga, que de forma inesperada, parou sua conversa ao meio e declarou, enfim, aquele amor que estava adormecido.   Claudio não aceitou, dizia a ela que estava confusa e que não via a mesma com uma mulher e, sim, como uma amiga e quase uma irmã. Roberta disse que não se importava pois sabia que uma hora Claudio também despertaria o amor dentro dele.  O tempo passou, Claudio e Roberta continuaram amigos, tiveram seus relacionamentos passageiros, entretanto, Roberta nunca negou que aquele sentimento que tinha por Claudio tinha se apagado.    Foi que aos poucos que Claudio passou a vê-la com o instinto masculino entre um homem e uma mulher, de fato. Não estava ali mais a sua amiga, seu porto seguro, estava uma mulher ardente que atraía tantos olhares, porém, a mesma só tinha mira certeira para ele, enfim, os dois juntaram seus sentimentos recíprocos e seu instinto sexual aflorado e, assim, nasceu um relacionamento onde o desfecho foi um casamento com filhos.   Mas quis o destino, que juntou um casal em um paraíso de sentimentos de amor e amizade, levar um deles a viver um inferno astral. Claudio mesmo vendo o quanto sua mulher era admirável, não só pelas características físicas mas pelos aspectos individuais como boa esposa, fiel, a essência mais pura de ser mãe, carinhosa, compreensiva, dedicada, enfim, ele começa a perceber que o seu relacionamento de ter se casado foi um terrível e grande erro, pois aquilo que explodiu dentro dele há um determinado tempo não era amor de marido e mulher, e sim era desejo, fogo, paixão.  Agora nesse momento ele vê que o seu casamento tem todos os sentimentos, inclusive o amor mas não um amor entre homem e mulher, mas um amor de amigo, o que podemos chamar de ternura. fogo mesmo da paixão e do amor real desapareceu com o passar dos anos. Roberta meio que desconfia sobre esse possível fim de desejo e quando põe as cartas na mesa para ter aquela terrível discussão da relação que qualquer homem normal detesta, ele foge e diz que isso é coisa de mulher, teimosias que ela tinha desde sua adolescência que ele tanto conhecia, mas o instinto que mora no fundo da nossa profunda e escura inconsciência não se engana.  Roberta morre de medo em saber em que aquilo que ela tanto desconfia pode ser a mais terrível realidade e Claudio tem medo de estar errado que essa falta de paixão seja algo normal e que um dia vai passar e aquele insano desejo volte, porém, não volta dia após dia. E assim eles vão levando a rotina de um casal ligado pela amizade do passado, sacramentado pelo fogo da paixão e unidos por uma singela ternura, vivendo amargurados por medo de magoar um ao outro e vivendo de uma triste fantasia chamada de infelicidade. 


  Pedro Bravo Frutos Júnior Professor de história na rede Estadual de São Paulo.    

2 comentários:


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